Guia para Dados ESG e Contabilização das Emissões de GEE | Microsoft Sustainability

O gerenciamento de dados ESG refere-se ao processo de coleta, organização, análise e relatório de dados ambientais, sociais e de governança (ESG) em uma organização. Garante a precisão, integridade e acessibilidade dos dados ESG, permitindo que as organizações meçam com confiança a sua pontuação ESG, identifiquem áreas de melhoria e comuniquem eficazmente as suas práticas ESG aos stakeholders.

O gerenciamento de dados ESG é uma parte importante da responsabilidade corporativa e da sustentabilidade ambiental . Na verdade, muitos investidores agora usam critérios ESG ao analisar possíveis investimentos.

As considerações ambientais incluem áreas como:

• Redução de desperdício
• Conservação de água
• Eficiência de energia

Os elementos sociais geralmente se concentram em:

• Políticas de diversidade e inclusão
• Segurança no trabalho
• Direitos humanos e relações trabalhistas

Por fim, a governança abrange políticas internas, como:

• Estrutura e diversidade do conselho
• Políticas anticorrupções
• Compensação executiva

O gerenciamento eficaz de dados ESG pode ajudar as organizações a gerenciar riscos e obter eficiência operacional, ao mesmo tempo que impulsiona a sustentabilidade e o progresso da responsabilidade corporativa. Isso pode melhorar a reputação de uma organização com o público e dar a eles uma vantagem competitiva.

A inteligência de dados ESG está se tornando cada vez mais importante para as empresas quando se trata de criar e implementar estratégias abrangentes de sustentabilidade. Uma vez que os dados ESG fornecem às empresas uma visão geral do seu desempenho e impacto, eles podem ajudá-las a identificar riscos e oportunidades relacionados às suas operações. Os dados de sustentabilidade ainda podem ser usados para criar soluções e ajudar as organizações a alcançar emissões líquidas zero.

A utilização de dados ESG na tomada de decisões permite que as empresas examinem o seu impacto para além dos indicadores de desempenho financeiro. Quando os factores ESG são considerados, as organizações podem criar iniciativas de responsabilidade corporativa (CRI) e formular planos de negócios que muitas vezes resultam em resultados mais eficazes e com maior valor a longo prazo do que aqueles que se baseiam apenas no desempenho financeiro.

Por exemplo, analisar dados ESG pode levar a decisões de negócios que melhoram a eficiência operacional, como o aperfeiçoamento dos processos de fabricação ou das redes de transporte. Além disso, o investimento em fontes de energia alternativas – como a energia geotérmica ou a solar – contribui com um valor significativo quando comparado com as medidas de redução de custos que são tomadas sem levar em consideração as consequências ambientais, uma vez que estes tipos de investimentos aumentam o valor da marca e, ao mesmo tempo, gerenciam os níveis de risco.
 

Estabelecer uma linha de base de inteligência de dados ESG com contabilização de emissões

O estabelecimento de uma linha de base de dados ESG requer contabilização de emissões precisas e abrangentes. Essa é uma etapa crítica para entender e reduzir o impacto ambiental e social de uma organização. A contabilização adequada das emissões de GEE exige a compreensão de todas as fontes de emissões relacionadas com as operações de uma organização. As fontes de emissões comuns incluem:

• Queima de combustíveis fósseis para eletricidade e transporte.
• Mudanças no uso da terra (por exemplo, conversão de florestas para uso agrícola).
• Produção de resíduos e consumo de água.

Ao estabelecer uma linha de base de dados ESG, também é fundamental identificar o escopo dos esforços de contabilização das emissões. Por exemplo, as organizações podem optar por começar com uma análise ao nível das instalações que contabiliza as emissões de GEE em locais específicos ou podem analisar as operações de toda a organização em uma escala global. Uma vez determinado o âmbito, as próximas etapas envolvem a coleta, cálculo e registo de dados de sustentabilidade para elaboração de relatórios.

As organizações podem medir e gerenciar efetivamente as suas emissões de GEE, reduzir a sua pegada de carbono e fornecer um relatório ESG seguindo estas ações:

1. Estabelecer limites. Determine os limites organizacionais para a avaliação da pegada de carbono. Isso inclui definir quais operações, instalações e atividades serão incluídas.
2. Coletar dados. Colete dados sobre consumo de energia, uso de combustível, geração de resíduos e outras atividades relevantes dentro dos limites definidos. Isso pode envolver a revisão de tarifas de serviços, a realização de pesquisas e o uso de sistemas de monitoramento.
3. Categorizar as emissões. Categorize os dados coletados em três escopos definidos pelo Protocolo de GEE (Gases de Efeito Estufa):
   
   • Escopo 1: Emissões diretas de fontes de propriedade ou controladas (por exemplo, consumo de combustível local e veículos de propriedade da empresa).
   • Escopo 2: Emissões indiretas de eletricidade, calor ou vapor adquiridos.
   • Escopo 3: Emissões indiretas da cadeia de valor, incluindo atividades como transporte, aquisição, resíduos e deslocamento de funcionários.
     
4. Calcular as emissões. Utilizar fatores de emissão e metodologias de cálculo apropriadas para converter os dados coletados em emissões de GEE. Várias ferramentas e soluções para a pegada de carbono podem ajudar a simplificar este processo.
5. Identificar as fontes de emissões. Analise os dados de emissões calculados para identificar as principais fontes de emissões dentro da organização. Estes podem incluir processos que consomem muita energia, equipamentos ineficientes ou métodos de transporte com altas emissões.
6. Definir as metas de redução. Com base na análise das fontes de emissões, estabeleça metas de redução para cada escopo de emissão. Considere os parâmetros de comparação do setor, os requisitos regulatórios e as expectativas dos stakeholders ao definir metas.
7. Implementar estratégias de redução. Desenvolva e implemente estratégias para atingir suas metas e reduzir sua pegada de carbono. Isto pode incluir medidas de eficiência de energia, adoção de energias renováveis, melhorias no gerenciamento de resíduos, otimização da cadeia de fornecedores, envolvimento dos funcionários e outras iniciativas destinadas a reduzir as emissões.
8. Monitorar e acompanhar o progresso. Monitore e acompanhe regularmente as emissões de GEE da sua organização para avaliar o progresso em relação às metas de redução. Isso pode envolver coleta de dados em andamento, indicadores de desempenho e auditorias periódicas. Ajuste as estratégias conforme necessário para garantir a melhoria contínua.
9. Relatar e comunicar. Compartilhe os dados ESG, as metas de redução e o progresso da sua organização com órgãos reguladores e stakeholders relevantes — tanto internos (funcionários e administração) quanto externos (investidores, clientes e público) — por meio de relatórios de sustentabilidade, divulgações ambientais e iniciativas do setor.
10. Envolver fornecedores e colaborar. Envolva-se com fornecedores, clientes e outros parceiros para abordar as emissões em toda a cadeia de valor. Colabore com colegas do setor, participe de iniciativas do setor e busque conhecimento externo para aprimorar os esforços de sustentabilidade.

As empresas que procuram melhorar os seus esforços de sustentabilidade podem se beneficiar significativamente da adoção de um conjunto de melhores práticas de relatórios ESG. Ao fazê-lo, as organizações podem melhorar a qualidade e a credibilidade da sua contabilização de emissões e relatórios de sustentabilidade, demonstrar o seu compromisso com a sustentabilidade e envolver-se eficazmente com os stakeholders.

A adoção de um conjunto de melhores práticas de relatórios de sustentabilidade e ESG ajuda as organizações a:

1. Avaliar o seu impacto ambiental e social de forma mais abrangente, identificar áreas para melhoria e estabelecer metas de sustentabilidade significativas.
2. Melhorar a reputação e a credibilidade da empresa com os stakeholders – incluindo investidores, clientes e funcionários.
3. Realizar oportunidades de redução de custos, melhorar a eficiência operacional e gerenciar os riscos associados aos fatores ESG.
4. Impulsionar a inovação promovendo práticas sustentáveis e incentivando o desenvolvimento de novos produtos e serviços que se alinhem com as demandas de um mercado em evolução e com as preferências dos consumidores.

Além disso, as organizações que são pioneiras na coleta de dados ESG e na elaboração de relatórios sobre o progresso da sustentabilidade podem obter uma vantagem competitiva sobre as organizações que adotam uma abordagem do tipo “esperar para ver”. Ao posicionarem-se como líderes em sustentabilidade, os usuários pioneiros diferenciam-se no mercado, atraem investidores socialmente conscientes e constroem relacionamentos mais fortes com clientes que priorizam a sustentabilidade.

Os usuários pioneiros também podem ajudar a moldar os padrões e estruturas para contabilização de emissões erelatórios de sustentabilidade, influenciando potencialmente as práticas e regulamentações da indústria. Por outro lado, as organizações que não priorizam estes esforços correm o risco de ficar para trás de seus colegas, lutando para acompanhar a evolução dos requisitos de relatórios e das expectativas dos stakeholders e possivelmente prejudicar a sua reputação.

Usar estrutura e padrões ESG

Além de adotarem um conjunto de melhores práticas de sustentabilidade, as organizações podem se beneficiar da fusão de padrões ESG nas suas funções empresariais diárias. Isso pode impulsionar pontuações ESG e resultados positivos no longo prazo. Por exemplo:

• A integração de padrões ESG na cadeia de fornecedores e nos processos de aquisição pode ajudar as organizações a identificar fornecedores sustentáveis, gerenciar riscos e garantir práticas de fornecimento responsável.
• A implementação de práticas de eficiência em energia, a redução de desperdícios e a otimização do consumo de recursos em todas as operações não só contribuem para a economia de custos, mas também melhoram o desempenho da sustentabilidade.
• Priorizar os fatores ESG nos recursos humanos e nas práticas de gestão de funcionários pode ajudar a atrair e manter os melhores talentos, aumentar o envolvimento dos funcionários e melhorar a produtividade geral.

A incorporação de padrões ESG no design, desenvolvimento e marketing de produtos tem o potencial de fortalecer a reputação da marca, atender às expectativas do consumidor e impulsionar a fidelidade do cliente.

Embora seja essencial para demonstrar a sustentabilidade e o comportamento empresarial responsável, a contabilização das emissões pode ser uma tarefa complexa.

Um desafio significativo é a coleta e o gerenciamento de dados. A contabilidade de emissões exige que as organizações coletem grandes quantidades de informações de várias fontes em suas operações. Garantir a precisão e a integridade desses dados pode ser uma tarefa demorada e com uso intensivo de recursos.

Depois que uma organização coleta e analisa seus dados ESG, a empresa deve estabelecer metas significativas para impulsionar o progresso da sustentabilidade. No entanto, pode ser difícil encontrar o equilíbrio certo entre a definição de metas ambiciosas que se alinhem com os objetivos globais de sustentabilidade e a definição de metas que podem ser alcançadas dentro das capacidades e recursos da empresa.

Outro desafio é a falta de estruturas padronizadas e requisitos de relatórios. A contabilização de GEE ainda está evoluindo e não existe nenhum padrão universalmente aceito para medição e relatório. As organizações podem ter dificuldade em selecionar as estruturas e metodologias adequadas para avaliar a sua pontuação ESG. Além disso, os requisitos de relatórios de diferentes stakeholders podem variar.

Embora a transparência e a divulgação sejam essenciais para criar confiança e credibilidade, transmitir dados complexos de forma clara e compreensível não é fácil. As organizações devem traduzir informações profundamente técnicas em insights e narrativas significativas que repercutam em diferentes grupos de stakeholders – incluindo investidores, clientes, funcionários e comunidades – aumentando ainda mais as complexidades da contabilização e do relatório de emissões.

Contabilização das emissões de GEE e soluções de gerenciamento de dados ESG

As organizações devem estabelecer processos robustos de gerenciamento de dados e investir em tecnologias e soluções apropriadas para melhorar as suas práticas de relatório de sustentabilidade.

Alguns exemplos de tecnologias de transformação nesse espaço incluem:

• Ferramentas de análise e gerenciamento de dados – Essas ferramentas ajudam as empresas a coletar, integrar e analisar com eficiência grandes volumes de dados ESG, ao mesmo tempo que melhoram a precisão dos dados e fornecem insights em tempo real.
• Internet das Coisas (IoT) e tecnologia de sensores –Os dispositivos e sensores IoT estão sendo cada vez mais implantados para capturar e monitorar dados ambientais como consumo de energia, emissões e uso de água em tempo real.
• Tecnologia Blockchain – Oferecendo transparência, rastreabilidade e imutabilidade, o Blockchain prova ser uma tecnologia valiosa para melhorar as práticas de relatórios de sustentabilidade.
• Inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML) – As tecnologias de IA e ML podem analisar grandes conjuntos de dados, identificar padrões e gerar insights valiosos para contabilização do carbono e gerenciamento de dados ESG.
• Software de relatório ESG – As soluções de relatórios ESG dedicadas ajudam as organizações a simplificar os processos de relatórios usando estruturas predefinidas, modelos de dados e indicadores de desempenho adaptados a padrões de relatório específicos.

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